Esses aumentos estimulam, justificam e viabilizam, cada vez mais, a decisão do consumidor de produzir a própria energia – Foto: Reprodução
Esses aumentos estimulam, justificam e viabilizam, cada vez mais, a decisão do consumidor de produzir a própria energia – Foto: Reprodução

Conta de luz mais cara em 2018 A previsão de alta de até 9,4% nas contas de luz no País, em 2018, representa um aumento real de 5,4%.

Esses aumentos estimulam, justificam e viabilizam, cada vez mais, a decisão do consumidor de produzir a própria energia – Foto: Reprodução
Esses aumentos estimulam, justificam e viabilizam, cada vez mais, a decisão do consumidor de produzir a própria energia – Foto: Reprodução

Para 2018, além do aumento de 5,7% na tarifa de água do cearense, a conta de luz ficará mais cara. A previsão é de elevação de até 9,4% nas contas de luz no País, variando de acordo com a distribuidora de energia. Considerando a inflação oficial de 4% para o próximo ano, o aumento real chega a 5,4%.

O estudo para determinar essa média de aumento é da TR Soluções, especializada em tarifas de energia elétrica, e foi divulgado ontem pela Folha de S. Paulo. O presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis e consultor de energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, destaca que essa é uma estimativa de reajuste médio, porque os individuais são por concessionária e em meses diferentes ao longo do ano.

“Eles (TR Soluções) devem ter simulações levando em conta muitos fatores, como o hidrológico, e o aumento de R$ 16,4 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)”, comenta.

Picanço explica que só o reajuste da CDE terá um impacto de 0,77%, no Norte e Nordeste, e de 2,72% no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A conta é usada para cobrir subsídios na tarifa social, conta de combustível da Região Norte que produz energia à diesel, pagos por todos os consumidores brasileiros. Para ele, o aumento da tarifa de energia elétrica é uma notícia ruim, porque o que se espera sempre é a redução ou que ela acompanhe a inflação.

Ele avalia que esses aumentos estimulam, justificam e viabilizam, cada vez mais, a decisão do consumidor de produzir a própria energia. É o chamado mercado da energia distribuída, produzida a partir da instalação de painéis solares, turbinas eólicas etc, que deve crescer.

Esses aumentos estimulam, justificam e viabilizam, cada vez mais, a decisão do consumidor de produzir a própria energia – Foto: Reprodução Energia x economia

A consultoria GV Energy prevê que, em 2018, a tarifa média de energia suba ao redor de 12%, ante volume de chuvas que deve se situar entre 90% e 100% da média histórica até o fim de abril. O diretor da empresa, Pedro Machado, disse à Folha que o viés é de alta se o crescimento econômico superar 2,6%.

Os economistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central, já apontam alta de 2,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. O presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Edvaldo Santana, também se preocupa com o efeito de um possível aumento do consumo de energia sobre preços, principalmente para a indústria.

Os principais reservatórios no Nordeste e no Sudeste, afirma Santana, estão nos níveis mais baixos da história. Jurandir Picanço concorda que a situação é preocupante.”É um raciocínio lógico. Se a demanda é maior e existe escassez, os preços sobem”, afirma, considerando que as chuvas de janeiro a março que vão definir o quadro. (Colaborou Artumira Dutra)

 Fatores para o aumento da tarifa de energia acima da inflação

Regime de chuvas abaixo do esperado. De janeiro a abril – o período considerado chuvoso-, as principais hidrelétricas brasileiras devem gerar em média o equivalente a 85% da energia que vendem, de acordo com a TR Soluções. Se as chuvas não ajudarem e as geradoras produzirem abaixo disso, as tarifas poderão subir ainda mais.

A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que inclui subsídios como o programa Luz para Todos e a tarifa social de energia, deve subir mais de R$ 3 bilhões, passando de R$ 9,3 bilhões neste ano para R$ 12,6 bilhões em 2018