O esquema em questão começou a ser noticiado em dezembro, mas tem se expandido com muitas denúncias desde julho
É de amplo conhecimento que a segurança no ambiente digital é algo que não se pode relegar, e mesmo com inúmeros canais informativos, como esse, orientando e expondo golpes, farsas, armadilhas, milhares de pessoas se tornam vítimas de tais golpes diariamente.
Atualmente, vem sendo noticiado que há outro golpe envolvendo o PIX, o titular da conta ao acessar seu aplicativo bancário para transferir qualquer valor, pode ser surpreendido com esse golpe, por isso caro leitor, toda atenção na hora de transferir valores.
O golpe do PIX em questão começou a ser noticiado em dezembro, mas tem se expandido com muitas denúncias desde julho. Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, o vírus já foi responsável por 1.385 golpes em 2023, e contando. Esse vírus se tornou a segunda maior ameaça em fraudes na América Latina. O primeiro lugar ficou com o Banbra, que também é usado para acesso remoto aos smartphones.
Esse vírus é baixado para o celular através de links ou mensagens, muitas delas são sobre atualizações de aplicativos, troca de senha, etc. Independentemente da justificativa para levar o usuário a clicar no link, o objetivo é direcioná-lo a um ambiente idêntico ao que costuma usar para ter a sensação de segurança e passar confiança para que ele dê continuidade a suposta atualização, por exemplo.
Ao clicar no link, o usuário baixa o vírus, haverá modificação nas opções de acessibilidade do smartphone, com isso o golpista terá acesso ao que o usuário faz no seu aparelho. Embora a acessibilidade possa ser útil quando o usuário precisa de auxílio remoto para usar aplicativos, pode ser usada de maneira indevida, como no caso aqui abordado.
Para evitar cair em inúmeros golpes, não apenas esse, não clique em links sem se certificar do teor da mensagem, pois ao clicar, a potencial vítima baixa o vírus, que por sua vez vai aguardar o momento de transferência do PIX para realizar o golpe.
Esse golpe segue a mesma estratégia do “golpe da mão fantasma”, pois o golpista toma controle do celular da vítima para transferir valores para contas diferentes da que a vítima tentava transferir, contudo sem que a vítima perceba até que já tenha feito a transação.
Fique atento quando for transferir valores por PIX, se o smartphone tiver um comportamento diferente, um delay além do normal, pareceu travar por um segundo, apresentou piscadas intermitentes, qualquer coisa suspeita ou diferente do usual, não complete a transação, retorne a tela anterior e verifique se os dados ainda conferem, ou se foram trocados.
Para se proteger e evitar baixar vírus como esse para seu aparelho, siga algumas dicas básicas de segurança que são úteis para qualquer situação de risco:
- Cuidado com notificações que pedem “acesso às opções de acessibilidade” do aparelho, não dê acesso, pesquise sobre a necessidade de acesso, mesmo de aplicações conhecidas;
- Não clique em links suspeitos;
- Confira sempre a veracidade das mensagens que recebe antes de realizar qualquer ação, mesmo que o remetente seja de confiança;
- Tenha um antivírus instalado no seu aparelho;
- Pesquise sobre o teor do contato antes de qualquer situação;
- Verifique se o Google Play Protect está ativo em seu smartphone.
No caso do Google Play Protect verifica se há comportamento prejudicial em seus aplicativos e dispositivos e envia uma mensagem quando encontra algo suspeito. Para verificar se ele está ativado siga os seguintes passos:
- Abra a aplicação Google Play Store.
- No canto superior direito, toque no ícone de perfil.
- Toque em Reproduzir configurações de proteção.
- Ative a opção digitalizar aplicativos com o Play Protect.
Em caso de suspeita de fraude ou tentativa de golpe faça um Boletim de Ocorrência, denuncie imediatamente às autoridades competentes e informe sua instituição financeira para tomar as medidas necessárias.
Após buscar agência, SAC ou Ouvidoria da própria instituição bancária para a solução dos problemas identificados, você pode registrar uma reclamação junto ao Banco Central (BC), em até 45 dias corridos da ocorrência do fato objeto da reclamação.
Procure um advogado especializado para analisar qual a melhor solução para sua situação. Algumas vezes, se não houver resultado de forma administrativa, é possível judicializar, mas tudo depende da análise do caso.