Na noite desta segunda-feira (18), os vereadores de Arcoverde aprovaram um aumento significativo no salário do prefeito municipal, elevando o vencimento do Chefe do Executivo de R$ 18 mil para R$ 30 mil a partir de janeiro de 2025. O reajuste, que representa um acréscimo de quase 70%, não constava na pauta oficial do dia publicada na página da Câmara Municipal, o que gerou surpresa e questionamentos entre os munícipes.
Além do prefeito, os salários do vice-prefeito, dos secretários municipais e dos próprios vereadores também foram reajustados. O primeiro projeto aprovado tratava do aumento dos vencimentos dos parlamentares, que passarão de R$ 11 mil para R$ 13 mil. Na sequência, foi aprovado o reajuste para os integrantes do Executivo: o vice-prefeito terá um aumento de 34%, com salário passando para R$ 18 mil, enquanto os secretários municipais terão seus vencimentos reajustados de R$ 9 mil para R$ 12 mil.
O último reajuste salarial do prefeito e dos secretários havia ocorrido no final de 2021, quando o vencimento do Chefe do Executivo, Wellington Maciel (MDB), foi ajustado para R$ 27 mil, e o dos secretários para os atuais R$ 9 mil. À época, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) questionou o aumento, e a Justiça suspendeu o reajuste em janeiro de 2022.
O cenário atual, no entanto, suscita ainda mais polêmica, considerando as dificuldades financeiras enfrentadas pela prefeitura de Arcoverde. Nos últimos meses, o município vem lidando com denúncias de atraso no pagamento de salários e fornecedores, demissões em massa de servidores contratados e cortes de gratificações. Diante disso, o próximo gestor, que assumirá em 2025, deverá enfrentar uma realidade desafiadora.
Outro ponto que chamou atenção foi o fato de que, com o reajuste, o prefeito de Arcoverde terá um salário superior ao de governadores de estados como Pernambuco (R$ 22 mil), Rio de Janeiro (R$ 21 mil), Ceará (R$ 20 mil) e até mesmo ao do Distrito Federal (R$ 29 mil).
A decisão, embora aprovada, deve intensificar os debates sobre prioridades no orçamento público e a transparência no uso dos recursos municipais, especialmente em um momento de crise econômica que afeta diversas cidades do estado.