A Petrobras irá reajustar o valor do GLP (gás liquefeito de
petróleo), tanto industrial quanto residencial (gás de cozinha), a partir desta
terça-feira (22). O Sindigás (sindicato das distribuidoras) informou que suas
associadas foram comunicadas pela Petrobras sobre o aumento.
No caso do GLP, os botijões de até 13 kg terão aumento de 4,8% a 5,3%. O GLP
industrial (embalagens acima de 13 kg) deverá subir entre 2,9% e 3,2%, de
acordo com a região. Ainda de acordo com o Sindigás, o preço do GLP empresarial
e do GLP residencial estão praticamente iguais. O sindicato afirma que isso
“é um bom sinal para o mercado”.
O governo do presidente Jair Bolsonaro acabou, em agosto,
com a política de subsídio na venda do gás de cozinha que vinha sendo praticada
pela Petrobras. O término se deu por meio de uma resolução do CNPE (Conselho
Nacional de Política Energética), que se tornará permanente a partir de março
de 2020.
Com o fim da vantagem competitiva da estatal, o governo
considera que concorrentes vão se mobilizar para importar o GLP, a exemplo do
que fez a Copagas, que passou a importar diretamente da Bolívia para atender o
Mato Grosso.
Com a resolução, o governo pretende manobrar 37% da
composição do preço, incluindo tributos e margens de lucro na cadeia de
produção e distribuição. Isso deve levar a uma redução de preço para o
consumidor, na avaliação do governo.
Estimativas iniciais indicam que, com a entrada de novos
competidores, o preço do gás de cozinha deve cair de R$ 23 na refinaria para
cerca de R$ 16. A política de redução de preço para os botijões de 13 kg pela
Petrobras vigorava desde 2005 e foi instituída no governo do ex-presidente Lula
para ajudar as famílias de baixa renda.
No entanto, o ministro considera que essa política distorceu
preços sob o pretexto de ajudar a baixa renda que hoje paga cerca de R$ 90 por
um botijão de gás. Dados do ministério mostram que cerca de 70% do gás de
cozinha é vendido em botijões de 13 kg, volume muito acima do que seria
consumido se somente a baixa renda utilizasse esse insumo.
Para o governo, no passado, essa política se justificava
porque a diferença entre o preço do gás produzido internamente e o importado
era grande. Hoje, essa diferença seria de cerca de 5%.