A Caixa inicia nesta sexta-feira (13) a liberação do pagamento de R$ 500 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quem tem conta poupança individual na própria instituição e nasceu entre os meses de janeiro a abril. Há um calendário para os demais correntistas da Caixa. Também recebe quem tem conta corrente na instituição e solicitou o benefício até 8 de setembro. No caso dos contribuintes que não têm nenhum tipo de conta na Caixa, não é necessário solicitar previamente o pagamento do benefício, mas a liberação do dinheiro só será feita a partir de 18 de outubro para as pessoas nascidas em janeiro.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que essa deve ser a maior liberação de recursos da história do Brasil. “A cada duas semanas vamos liberar cerca de R$ 5 bilhões. A Caixa está preparada para atender a população com tranquilidade. Serão R$ 15 bilhões liberados para cerca de 30 milhões de pessoas apenas neste primeiro mês”, disse. Reforçando que o recebimento destes valores, neste momento, não implica em qualquer impedimento para os saques em caso de futuras demissões, como ocorrerá a partir das mudanças nas regras em 2020.
PERNAMBUCO
A liberação dos saques do FGTS também vai movimentar a economia de Pernambuco. Segundo a Caixa, a estimativa é que mais de 3 milhões de pernambucanos tenham direito à retirada do valor, abrangendo 3,5 milhões de contas.
Desta forma, a perspectiva é que os saques gerem uma movimentação de R$ 1 bilhão na economia do estado. “Cerca de 35% dos pernambucanos vão receber antecipadamente porque têm conta poupança na instituição”, afirma Simone Nunes, superintendente regional da Caixa no Recife. Os valores, além de dar um fôlego na economia, têm um potencial de tirar o nome de muita gente dos cadastros de devedores e poder voltar a ter livre acesso ao crédito. Somente em Pernambuco, é mais de um milhão de pessoas endividadas que têm como débito no máximo essa quantia de R$ 500.
CENÁRIO
A equipe econômica acredita que a liberação de saque imediato do FGTS será um dos fatores importantes para a expansão da retomada da economia. Nesta semana, o governo elevou de 0,81% para 0,85% as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e reduziu de 3,8% para 3,6% a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, acredita que o FGTS não terá impacto significativo no crescimento econômico. Segundo ele, uma das provas disso é a revisão de crescimento “mínima” do governo, que já levou em consideração os saques do Fundo. “Isso nos mostra com clareza que o impacto da liberação do FGTS não será relevante para o crescimento. Estatisticamente, a nova projeção é o mesmo número que antes”, destacou. (Da redação com agências)