Nordeste tem inflação mais alta do Brasil, aponta FGV

Nordeste tem inflação mais alta do Brasil, aponta FGV

O Nordeste registrou a inflação mais alta do Brasil de janeiro de 2020 a março de 2023, apontou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), que divulgou um levantamento nesta terça-feira (09). A inflação na região, neste período e para o grupo mencionado, beirou 7%, enquanto nas demais regiões brasileiras ficou entre 5% e 6%, na média. A inflação para as famílias com renda até 1,5 salário-mínimo mensal (baixa renda) na região subiu 26,46%, frente a média nacional (23,51%), e a alimentação que ocupa espaço maior espaço no orçamento destas famílias aumentou 43,24%, também acima da média nacional (42,01%). 

Entre os dez alimentos que apresentaram aumento acima da inflação na região estão: óleo de soja (119,02%), arroz (80,41%), milho de pipoca (76,46%), farinha de mandioca (74,45%), açúcar cristal (59,71%), margarina (59,43%), linguiça (58,49%), ovos (56,48%), leite em pó (54,05%) e pão francês (46,37%).

No grupo habitação, que engloba despesas com serviços de moradia, itens de conservação e reparo e tarifas públicas, as despesas avançaram 25,80% entre janeiro de 2020 e março de 2023. Destaque para as despesas com gás de botijão (61,90%), material de limpeza (39,86%) e energia elétrica (23,99%).

Outro peso para as famílias de baixa renda, no Nordeste segundo o levantamento do FGV IBRE, são as despesas com saúde e cuidados pessoais, que subiu em média 19,24%, com destaque para itens básicos de higiene, como: sabonete (56,17%), creme dental (44,48%) e papel higiênico (44,34%).

Já o grupo transportes, que compromete 11,4% do orçamento familiar de baixa renda, avançou 18,32% no mesmo período, conduzido pelo preço dos combustíveis, principalmente pelo diesel (55,88%) e gasolina (24,37%).

Famílias de alta renda 

A inflação para famílias de alta renda na região subiu 23,04%, frente a média nacional (21,42%). Conforme o FGV IBRE, as famílias de alta renda, no entanto, possuem hábitos de consumo diferentes das famílias de baixa renda, pois quanto mais se ganha, menos se compromete a renda com alimentos. Os gastos com transporte, principalmente transporte próprio, comprometem 25,4% da renda familiar. A inflação acumulada entre janeiro de 2020 e março de 2023 para este grupo foi de 24,66%. Destaque para os gastos com veículos (30,79%), peças e acessórios (25,97%) e combustíveis e lubrificantes (25,56%).

Os gastos com habitação também merecem destaque no grupo das famílias de alta renda. O grupo avançou 17,94% no período analisado. Destaque para as despesas com materiais para reparos de residência (26,88%), serviços públicos (26,27%), aluguel e condomínio (23,23%) e eletrodomésticos (18,55%).