Isabel Cristina e Bruna Cristina cumprem penas na Colônia Penal Feminina de Buíqu
A Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco, onde a influenciadora e advogada Deolane Bezerra está presa preventivamente, abriga também Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, que fazem parte do trio conhecido como os “Canibais de Garanhuns”. Relembre o caso, que chocou o Brasil em 2012.
O grupo criminoso era formado por Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina e Bruna Cristina. Eles foram presos em 2012, após a polícia descobrir que eles usavam os cartões de crédito de uma das vítimas, Jéssica Camila da Silva Pereira, que foi assassinada em 2008 em Olinda.
Os crimes
Jéssica era vendedora de doces nos semáforos do bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e foi escolhida como alvo por ser socialmente vulnerável e por ter uma filha pequena. Ela foi atraída e morta em uma casa no bairro de Rio Doce, em Olinda.
Após Jéssica ser assassinada, a filha dela teve os documentos adulterados, passando a ser criada como se fosse filha biológica de Bruna.
Os assassinatos cometidos pelo grupo faziam parte de uma seita chamada Cartel, fundada por Jorge, cujo objetivo era diminuir a densidade demográfica exterminando mulheres que tivessem filhos, mas sem condições de criá-los.
Segundo a seita, o corpo era dividido e todo sangue era extraído como forma de purificação. Depois, os acusados consumiam a carne para também terem seus corpos purificados.
Ao chegar na casa dos criminosos, a polícia abordou a filha de Jéssica, que revelou que as partes do corpo da mãe dela estavam no quintal.
Em dezembro de 2018, o trio também foi condenado por matar, esquartejar, enterrar e comer parte da carne dos corpos de Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão, 20 anos.
Os assassinatos ocorreram em fevereiro de 2012, na casa que o trio morava em Garanhuns, no Agreste pernambucano.
Os crimes ganharam grande repercussão nacional, uma vez que incluía canibalismo e venda de salgados, como empadas e coxinhas, com uso de carne humana como ingrediente para a população de Garanhuns.
Penas
Nos processos pelas mortes de Giselly e Alexandra, Jorge pegou 71 anos de reclusão, enquanto Isabel, pegou 68 anos. Bruna, que também respondia por falsidade ideológica, recebeu 71 anos e 10 meses.
Em 2019, o trio teve as penas aumentadas atendendo a um pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pelo homicídio qualificado de Jéssica Camila da Silva Pereira, em 2008.
Jorge, que havia sido condenado a 21 anos e seis meses de reclusão, agora cumpre 27 anos e um ano e meio de detenção. Já Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, que haviam pego 19 anos de prisão, passaram a cumprir 24 anos em regime fechado e mais um de detenção.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) considerou que as penas estabelecidas em 2014 pelo júri popular deveriam ser mais severas por conta da gravidade dos crimes de homicídio qualificado, esquartejamento e vilipêndio, quando se despreza ou humilha o corpo da vítima.
Colônia Penal Feminina de Buíque
Isabel Cristina e Bruna Cristina estão detidas na Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste pernambucano. Jorge está recluso na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.