Artefatos dão suporte à historicidade do livro de Jeremias

Artefato arqueológico com inscrições de Samaria (The Semitic Museum of Harvard University)
Artefato arqueológico com inscrições de Samaria (The Semitic Museum of Harvard University)

Ao comparar os nomes bíblicos citados no livro de Jeremias com artefatos arqueológicos do período que se acredita que o profeta viveu, entre os séculos V e VI antes de Cristo, Mitka R. Golub afirma haver suporte à sua historicidade.

Segundo a pesquisadora da Universidade Hebraica de Jerusalém, inscrições antigas com nomes bíblicos que foram descobertas nas últimas décadas podem ser usadas para esclarecer a historicidade de suas narrativas. Golub tem elaborado novas técnicas de estudo, se concentrando nas características e tendências gerais.

Em dois artigos publicados nas revistas Biblical Archaeology Review e Israel Exploration Journal, a pesquisadora explica que seus estudos também lançaram luz sobre as diferenças culturais entre os antigos reinos de Israel e Judá. Os estudos mostram diferenças culturais nos dois povos.

“Encontramos evidências de muitos nomes que datam do Período do Primeiro Templo, também conhecido como Idade do Ferro II, e eles nos fornecem muitos dados”, disse ela ao The Jerusalem Post.

“Minha abordagem não foi simplesmente destacar um nome específico em um artefato que também foi mencionado na Bíblia, mas examinar o conhecimento oferecido por uma coleção de nomes”, continuou

Golub usou na sua pesquisa nomes coletados em artefatos arqueológicos, estudos publicados, documentos e livros com o objetivo de reunir o maior número de nomes. Entre as características usadas, estão termos como origem geográfica, filiação política e tipos de artefatos, como cacos de cerâmica, jarros, utensílios e assim por diante.

Ela também prestou maior atenção aos nomes com características ou referências ao divino em seus sufixos ou prefixos, os chamados teofóricos, comuns entre judeus durante o Período do Primeiro Templo e que ganharam popularidade ao longo dos anos.

No caso de Jeremias, conforme explicou na Revisão de Arqueologia Bíblica, foram comparados 92 nomes do livro com 367 nomes de artefatos escavados relevantes, descobrindo que 63% dos nomes do primeiro grupo apresentavam um elemento javista, como referência ao “yod-hei-vav-hei”, o nome específico de Deus para os judeus.

Outra questão descoberta foi que 10% dos itens incluíam o nome divino genérico El, 7% possuíam elementos teofóricos abreviados, 3% foram constituídos por nomes com outros nomes divinos, 1% por nomes com apelações divinas e 16% por outros nomes.

No segundo grupo distribuído entre as categorias de nomes os dados são semelhantes, com 50% de nomes javis; 8% de nomes com El; 14% apresentando um elemento teofórico abreviado, 4% de nomes com apelações divinas e 24% de outros nomes.

A pesquisadora aponta que, segundo o estudo, os resultados demonstram que o grupo de nomes mencionados no livro bíblico tem as mesmas características do que emergiu nas escavações arqueológicas.

Fonte: Gospel Prime